2 de dezembro de 2012

Álcool.

Nós sempre superamos. Pessoas se vão, coisas ganham e perdem a graça, o amor se transforma em nada. Então voltamos a sorrir, enchemos nosso peito pra dizer "eu superei". Todo mundo supera. Mas o álcool, tão amigo, me foi inimigo. Não sei em que momento parei de fumar e dormi. Não sei como fui capaz de apagar meu cigarro. Sei que acordei meio tonta e foi difícil abrir os olhos. Ao lado da cama tinha o cinzeiro, uma caneta e um caderno. Por que eu ainda escrevo pra você? Olha só quanto tempo que se passou, olha só o tanto que você me machucou. Olha pra mim. Às vezes eu me pergunto se o que eu sinto é raiva ou dor. Saudade ou amor. Acho que não passa de egoísmo. Cheguei a me assustar com meus próprios pensamentos. Pensei: "tá me doendo há 1 ano mas ela não sentiu dor por sequer 1 minuto". Eu te desejei dor. Até que ponto eu fui? Mas passou. Então será que é só medo de largar o sentimento porque, pra mim, era confortável te ter? Por que diabos meu coração não dispara por mais ninguém? Por que eu não faço como você e sigo minha vida? Amor, por que eu ainda penso em você? Mas tá tudo bem. Já passou. Hoje eu não bebi e o caderno tá jogado longe de mim. Pessoas se vão. E ah, elas nem dão tchau..

(Estela Seccatto)

2 comentários:

Macho Girl disse...

Acontece o mesmo comigo.

Macho Girl disse...
Este comentário foi removido pelo autor.