12 de março de 2013

3 Bes

É, o tempo passa e nem faz graça. Corre tão rápido que nem dá pra ver. E com tanta correria eu nem vi você. Ei, bebê, você cresceu. Virou adulta, parece até maior que eu. Engraçado pensar que seu corpo vai mudar, que sua vida vai mudar, que tudo o que te rodeia mudará. Sei lá, pode até te assustar, mas mudanças sempre acabam vindo pro bem. Só acho que não me caiu a ficha, preciso ver, preciso te olhar, preciso entender o quanto tudo mudou. Você não tem mais 15 anos, eu não tenho mais 16. Acho que sempre vou te enxergar como uma criança que precisa ser cuidada e mimada. Sempre vou querer te proteger desse mundo feio. Mal percebo que você já sai por aí se defendendo sozinha do que aparece no seu caminho. Mal sei qual é seu caminho. Sei que ultimamente tenho pensado em como nos afastamos e em como quero recuperar aquilo que tínhamos quando responsabilidade era segundo plano. Eu quero caminhar do seu lado e te dar meu ombro sempre que precisar. Eu quero voltar a ser aquela melhor amiga que estava sempre lá perguntando como foi seu dia. Eu quero ver crescendo essa pessoa que vai chegar. Eu quero te ajudar e quero participar. Eu quero te abraçar e te contar que já tá tudo bem. Sua mente só está bagunçada porque a mudança vai ser grande daqui pra frente. Mas você aguenta, você consegue e você me tem pra te empurrar adiante. Eu quero assistir sua família crescer sorrindo e quero poder sorrir ao te ver feliz. Sempre vou te cuidar. E, se cuido de um bebê, por que não cuidaria do outro? ♥

6 de março de 2013

Infância

Onde é que eu tava enquanto o mundo girava? Onde foi que eu me escondi? Se eu fechei meus olhos, por quanto tempo eu dormi? Só sei que acordei e te encontrei parada aqui. Toda moça, toda grande, toda enorme e tão distante.. Será que sua criança se escondeu comigo por aí? Queira me desculpar, morena, mas eu a perdi. Não achei a sua infância por aí. Acho que ela se perdeu numa esquina qualquer ou até mesmo dentro de ti. Quando foi a última vez que eu te vi?

(Estela Seccatto)