(Estela Seccatto)
27 de setembro de 2011
Trago.
Um grito se agarra na garganta e por lá permanece. Não sai, não volta, não desaparece. Um grito imenso que dificulta a respiração, que aguça as dores, que pesa no passo. A menina se vê lutando contra o ar e contra seu próprio interior. Tudo é mais espesso, mais denso, mais concentrado. Todos os problemas e todo o passado fixados em suas pernas, tornando o caminho torturante. Acende um cigarro, traga. Observa a ponta queimar enquanto toda aquela química entra vagarosamente em seus pulmões. Segura e solta. Sente o peito aliviar como se aquela fumaça tivesse cortado o grito agarrado. Não importa se lhe faz mal, não importa se causa doença. Importa que lhe acalma e nada mais.
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