17 de julho de 2011

É engraçado ver como a vida é frágil e como existem pessoas tão fortes para conseguir ir em frente. Quer dizer, há seis anos eu ouvi algo como "ela tem três a seis meses de vida". E bom, ela está aqui agora. Uma pessoa que perde alguém importante tem dois caminhos: um deles é sorrir e seguir, ver que cada dia tem que ser vivido; o outro é se afundar cada vez mais. Se ninguém seguisse o primeiro caminho, o mundo seria um abrigo de solitários sem sorriso. Seria um ciclo eterno de tristeza e depressão. Então você encontra alguém que está sempre sorrindo e pensa "cara, essa pessoa não deve ter problema nenhum na vida". E você chega a entrar em choque ao saber que a vida daquela pessoa é bem mais difícil do que a sua.

Na verdade, não consigo me conformar com tanta tristeza e drama à toa. As pessoas estão cada vez menos profundas. Cada arranhão é visto como um corte profundo que perfura a carne e o coração. E qual é a graça de ser depressivo? É legal que sintam pena? As pessoas não sabem mais enxergar a beleza de uma árvore. Um dia tedioso é motivo de mau-humor. Pega a porra desse dia, para de reclamar e o observa, caralho! O mundo tá em constante movimento. Mas até quando? Vai dar valor pra sua vida quando alguém virar pra você e falar "ei, tá chegando sua hora"? Fica esperto, quando for tarde demais não vai dar nem tempo de se arrepender. Não custa NADA abrir a janela, sentir o vento e observar a vida lá fora. Não custa nada cultivar a vida aí dentro.

(Estela Seccatto)

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