4 de maio de 2010

Foi melhor assim

Quando eu te vi no bar, rindo e brincando
entre amigos, estranhos para mim,
me perdi nos teus olhos, fui ficando
sem rumo, sem começo, meio ou fim.

Qual seria teu nome, a tua idade?
Que pensarias tu, caso soubesses
deste pobre poeta, da ansiedade,
dos meus sonhos de amor, das minhas preces?

Mas foi melhor assim. Tu foste embora,
eu paguei minha conta, e sem demora,
Fui pra casa dormir nos braços teus.

Os braços teus, porém, só vi em sonhos,
devaneios noturnos, bons, risonhos.
Não te conheci. Não houve adeus.


(Castelo Hanssen, Um cego fitando o horizonte)

Será?

Será que é melhor ver passando na rua o amor da sua vida e não dizer olá, evitando o adeus? As vezes sim, as vezes é bem melhor assim.

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