26 de janeiro de 2019

Gratidão

A primeira pessoa que eu amei foi a primeira menina que beijei. Ao descobrir que era aquilo que eu gostava, depositei esse "gostar" nela. Ela tinha me introduzido a um mundo novo e meu peito se encheu daquela coisa boa de quando nós DESCOBRIMOS quem somos.


A segunda pessoa que eu amei foi amor adolescente, com borboletas no estômago, coberto de inocência. Aquela coisa de acordar cedo no sábado pra pegar o trem e ficar mais tempo juntas. Aquela coisa de guardar o cheiro do perfume, de dormir abraçada com urso de pelúcia, de dar as mãos na rua. Meu peito se encheu daquela coisa boa de quando nós ASSUMIMOS quem somos.

A terceira pessoa que eu amei foi puro. Não teve toque, não teve contato, mas teve conexão. Ela se fez tão presente que eu não me senti sozinha por um segundo sequer. Foi amor de ligação na madrugada até pegar no sono. Foi amor de inventar assunto pra não ter que desligar. Foi amor de explodir o peito por não ter onde guardar. Foi rascunhar um futuro que nos permitisse ser amor. Ela me deu sede de ser mais. Meu peito se encheu daquela coisa boa de quando nós descobrimos quão grande podemos SONHAR.

A quarta pessoa que eu amei foi cumplicidade. Foi caminhar lado a lado, tomar decisões e olhar na mesma direção. Eu aprendi a encarar a vida como ela é. Ela me ensinou a levantar e andar de cabeça erguida. Apontou verdades pra me fazer crescer e crescemos juntas. Foi fixar os pés no chão, ter nas mãos algo concreto e no peito um sentimento palpável. Foi um dia após o outro. Foi companheirismo. Foi toque, foi corpo no corpo, foi olhar quieto e respiração ofegante. Foi intenso, foi vivido, foi real. Meu peito se encheu daquela coisa boa de quando nós VIVEMOS o amor.

A quinta pessoa que eu amei foi paz. Foi flutuar, relaxar a mente e me desligar. Foi pura confiança. Foi fechar os olhos e deixar levar. Ela me mostrou que não existe tempo ruim nem problemas sem soluções. Foi sorriso matinal, riso fácil e gratidão. Ela foi exemplo de empatia e bondade, foi carinho e caridade, foi o peito que eu descansei. Foi otimismo. Foi simplicidade. Meu peito se encheu daquela coisa boa de quando nós entendemos que o amor deve ser LEVE.

A gente escolhe o que queremos levar de cada experiência vivida. Eu escolhi levar sonho, amor e paz. Poderia fazer um texto sobre as brigas, discussões e términos. Mas isso eu escolhi deixar pra trás.

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