26 de dezembro de 2010

Escrever.

Minhas pernas fraquejaram outra vez e meus olhos cederam. Me entreguei à saudade e joguei pra longe meu sorriso. Fui sincera comigo mesma sem me importar pela primeira vez. Os outros não precisam entender. Nada disso tem a ver com mais alguém além de mim. A dor não amenizou e eu não reconquistei o brilho dos meus olhos. Não alcanço algo que me faça inteiramente bem. Escrevo..


(Estela Seccatto)

22 de dezembro de 2010

Perdão.

"A gente não consegue ser feliz se não tivermos um perdão pra pra dar". Depois de ouvir isso a gente pensa em tanta coisa.. Como seremos felizes se a cada erro que um outro fizer não soubermos perdoar? Como seremos felizes teimosos assim? Fechar a cara pra quem te fez mal ou não te deu valor vale de que? Serve pra ver os outros tristes? Se vingar vai amenizar sua dor e sua tristeza? Se alguém nos faz mal pensamos em pagar na mesma moeda ou entao cortar o contato, nos julgando justos. Mas com essas atitudes não passamos de crianças birrentas. Crianças que perdem amigos por causa de um brinquedo quebrado. Sabemos sim que existe, situações nas quais seríamos tolos por aceitar e deixar passar. Não relevaremos tudo. Não seremos ingênuos. Mas uma briga ou um desentenimento devem ser medidos devidamente. Temos que nos perguntar se vale a pena perder aquele amigos que tanto nos proporcionou momentos bons por causa de um erro que ele veio a causar. E é nessa hora que devemos ser sinceros com o nosso interior. Mas o perdão que guardamos no bolso, pronto para a entrega, deve vir apenas de nós? Ou devemos pedir perdão pelos nossos erros também? É tudo questão de companheirismo. Devemos perdoar sem ao menos esperar a pessoa se arrepender? São perguntas e mais perguntas e cada pessoa encontrar uma resposta diferente. Cada pessoa julga o nível do erro de acordo com suas medidas. Cada pessoa perdoa quem quer, o erro que quer e no tempo que lhe couber. Mas de que adianta um arrependimento de 3 dias e a prolongação do erro logo após, durante a vida? E então assistimos que o erro as fizeram felizes e somos obrigados a sorrir porque o coração perdoa mas não nos permite voltar. Egoístas ao ficarmos tristes com tal felicidade? Creio que não. São só dúvidas que giram em nossas cabeças. É só saudade incomodando e lembranças de um dia qualquer. É só a sensação de que não será mais igual pois um erro de alguém te explodiu a cabeça e talvez o coração. E nos vem aquele sentimento horrível de que amigos só estavam lá quando nada tinham a ver. Então, quando tiveram a chance de mostrar que estariam com você em qualquer situação, se fizeram neutros. Nós ficamos sozinhos e a alma ficou machucada. E a neutralidade se apagou quando a felicidade se fez presente do outro lado. Mas o que poderíamos esperar dos velhos amigos que igualam 3 anos à 1 semana? O que poderíamos fazer? Acompanharemos, então, essa felicidade que tanto nos faz tristes, apenas pelos anos de história. Vamos parabenizá-los pelas conquistas que se fizeram na sua ausência.

E vamos sentar, pedir um shot de alguma coisa e dar um trago no nosso último cigarro.. Esperando que algum dia eles sintam falta da nossa fumaça.



(Estela Seccatto)

16 de dezembro de 2010

Trem.

Pra que lado vai o trem, então? Qual é seu ponto final? Em qual caminho você se perdeu? Qual rumo nós seguimos? Que destino nos pertence se temos vários à escolher? O que é destino, amor? Porque te chamo de amor? Qual foi nosso fim? Isso realmente foi um fim ou daqui uns anos, talvez, estaremos todos nos abraçando no ano novo? Você ainda aceitaria um shot da minha garrafa de tequila? Amor, eu te dou um trago ainda. Você sabe que eu guardo meu rancor e deixo ele bem guardado nas palavras. Não te recusaria minhas ajudas ou seus vícios. Quem sou eu pra recusar um sorriso? Será que um dia vamos lembrar de tudo isso e rir? Ou será que lembraremos e choraremos de saudade? Poderíamos lembrar e simplesmente xingar em mente uns aos outros. Mas seremos adultos e não faríamos isso, faríamos? Quem sabe se vamos perder o contato? Ninguém sabe. Já o perdemos uma vez ou duas, não é difícil recuperar. Mas, amor, talvez você passe por mim daqui uns anos e eu não te reconheça. Talvez eu te encontre na rua e grite seu nome. Quem sabe eu aborde um desconhecido qualquer, querendo saber pra que lado vai o trem, e o desconhecido seja você..


(Estela Seccatto)

12 de dezembro de 2010

Happy B-Day, grandma.

Eu sei que é tarde, mas é que eu pensei que poderia esquecer. Pensei que poderia ficar sem escrever, sem chorar, sem lembrar. Me lembro que por uns três anos você me falava a mesma idade. Eu pensava que você não envelhecia. Até porque você estava sempre igual, só mudava a cor do cabelo.. E ai de repente o envelhecimento se fez presente na doença e no fim. E de repente você não estava mais aqui pra soprar as velinhas. Quem iria cortar o bolo dia 10 de dezembro, então? Eu acordei diante de um aniversário em que não havia ninguém pra fazer o pedido. É aí que a gente percebe como vai ser o Natal, o Ano Novo e as outras comemorações que eu já não gostava de comemorar. Desculpa se eu não te deixo em paz em pensamento. Desculpa ainda chorar ao lembrar de você.. Mas a saudade só aumenta, entende? Seu abraço me faz falta e como eu vou superar se você não vai voltar? Mas é isso, parabéns pra você nessa data querida. Parabéns pra você em todas as outras datas. Parabéns por você ter sido quem foi pra mim e por me fazer feliz a cada segundo em que estava presente. Eu nunca vou deixar de te amar, gordinha.

(Estela Seccatto)