26 de junho de 2012

"..e você me olhou tão diferente..

..e tão descrente de emoção."


Me pergunto, antes de dormir, se você um dia vai olhar pra trás e se arrepender. Se um dia você vai tentar voltar. Se um dia você vai se perguntar "e se eu não tivesse desistido?". Se você se perguntar isso algum dia da sua vida eu vou deixar a resposta aqui.


Como teria sido?


Nós teríamos crescido igual sempre estivemos crescendo. Nos falaríamos toda noite e faríamos planos sobre a nossa futura casa. Aquela velha briga sobre a cor da parede e sobre nosso animal de estimação. Eu dormiria feliz por ter ouvido seu 'te amo' no final da ligação. Você dormiria feliz porque seu amor seria real. O tempo passaria e tudo isso iria apenas crescer e nos encher a alma. Eu trabalharia e juntaria dinheiro pra te ver, minha tatuagem do Cheshire Cat ficaria em segundo plano. Eu iria passar horas e horas dentro de um ônibus porque não teria dinheiro pra ir de avião. Você me buscaria na rodoviária ou me encontraria em algum lugar fácil de ir. Nos olharíamos de longe sentindo o coração pulsar, quase saindo pela garganta. Me daria vontade de chorar mas eu não choraria. Eu ao menos respiraria. Seu sorriso se aproximaria e minhas pernas enfraqueceriam. Abriria meus braços e te sentiria pela primeira vez. Eu morreria de amores, amor. Eu finalmente veria seus olhos de perto e bagunçaria seu cabelo. Ah, o seu cabelo, como eu amo seu cabelo.. Eu te encheria de beijos pelo pescoço e eu não soltaria sua mão de forma alguma. É, eu te faria comer sorvete de mamão. Beberíamos juntas, dormiríamos juntas e comeríamos muito Mc Donalds juntas. Engordaríamos juntas. É, seríamos gordinhas até o momento em que quiséssemos emagrecer. Emagreceríamos juntas também. E depois de alguns dias eu iria embora com a promessa de que voltaria. Um dia eu prometi nunca te deixar e minha promessa não foi em vão. Nos veríamos de novo e de novo. A cada dia eu te amaria mais.. E sempre foi assim: eu te amando mais. 
Engraçado inventar história.
Poderia fazer um livro sobre o futuro que você não deixou acontecer.

(Estela Seccatto)

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